A Câmara Municipal de Corumbá está reforçando a necessidade de uma nova licitação do sistema de transporte intermunicipal de passageiros, trecho entre Corumbá – Campo Grande – Corumbá, a chamada linha 059. Na semana passada o assunto foi mais uma vez debatido no plenário, durante sessão ordinária, e a luta dos vereadores corumbaenses é que o novo processo contemple três empresas atuando no trecho.
“Não podemos mais permitir que a situação continue como está, com uma empresa apenas explorando o serviço e de forma irregular, já que a concessão está vencida”, lembrou o vereador Evander Vendramini (PP), presidente do Poder Legislativo. Ele, desde 2011, vem trabalhando para acabar com o monopólio da Andorinha.
A empresa faz o serviço de transporte coletivo desde 03 de fevereiro de 1976, após vencer o processo licitatório. O prazo de validade foi de 10 anos, prorrogado por igual período em 1986. Em 1996 foi assinado novo contrato de concessão por mais 10 anos, renovado em 2006, por um termo aditivo, por mais 10 anos, que venceu em 03 de fevereiro de 2016.
“O Ministério Público Estadual também tem cobrado do Governo do Estado a realização de uma nova licitação. É isto que estamos buscando, mas que, dessa vez, sejam contempladas três empresas e não apenas uma. É preciso haver concorrência para que tenhamos ônibus de qualidade, com maior conforto para os usuários, bem como preços mais acessíveis”, reforçou Evander.
Luta continua
O vereador Chicão Vianna (Solidariedade) é outro que está na luta por uma nova licitação e mais empresas explorando a linha 059. “A Andorinha, desde o vencimento do contrato, vinha atuando mediante autorização e a última fornecida pelo Governo do Estado, também já venceu. Na semana passada, a empresa apresentou novos veículos, bonitos por sinal. Será que foi coincidência a empresa ter adquirido essa frota nova?”, disse o vereador, se referindo ao fato de outra empresa, a Seriema, estar atuando no trecho em regime de fretamento, com moderno ônibus, e já ter manifestado interesse em participar da licitação.
“Temos certeza que a nossa luta está valendo a pena”, continuou citando o vereador Evander. “A Andorinha apresentou novos ônibus, mas e o valor da passagem, vai abaixar quando?”, questionou, reforçando a necessidade de três empresas trabalhando no trecho, gerando concorrência, redução de tarifa, veículos confortáveis.
Ele cita ainda que, quando a Andorinha ganhou a licitação para explorar o serviço, mais da metade dos 425 quilômetros entre Corumbá e Campo Grande não era pavimentado. O pior trecho era justamente entre Corumbá e Miranda. “O trajeto era pela Estrada Parque. Hoje não, todo o trecho está pavimentado, temos a ponte sobre o Rio Paraguai e, com certeza, a questão tarifária precisa ser revista”, acentuou.
Hoje, a passagem de Corumbá a Campo Grande custa em média R$ 140,00. De Campo Grande a Cuiabá, 708,1 quilômetros de distância, a passagem sai R$ 145,80. Para Chicão, isto acontece devido à falta de concorrência. “Sem a nova licitação, a população fica refém de apenas uma opção, sendo obrigada a pagar o preço que é ofertado”, observa, ressaltando que a situação perdura há muito tempo.
“Entra governo, sai governo e a situação continua. Corumbá é uma cidade turística e deve haver concorrência de, no mínimo, três empresas para termos preço justo. Nossa cidade tem uma renda per capita bem menor que Londrina e lá o valor é mais barato por uma rota mais longa”, destacou, citando que R$ 140,00 é o preço da passagem ida e volta entre São Paulo e Londrina, praticado pela mesma empresa.
Chicão, além de ter ocupado a tribuna durante sessão na Câmara, concedeu entrevistas à imprensa campo-grandense no final de semana que passou, e afirmou que o valor da passagem oferecida na Cidade Branca é uma das mais caras do Brasil, e que o contrato vem sendo empurrado com a barriga sem citação do Governo.