A Câmara Municipal de Corumbá aprovou na noite uma Moção de Apoio de autoria da vereadora Raquel Bryk, Procuradora da Mulher no Legislativo Corumbaense, à prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), pelas ameaças sofridas em pleno Dia Internacional da Mulher, 8 de março.
Raquel explicou que, naquela oportunidade, a prefeita foi proibida pelo presidente do Hospital Beneficente Elmira Silvério Barbosa, para entregar lembranças a pacientes, em alusão ao Dia Internacional da Mulher. Ela registrou boletim de ocorrência por ameaça.
“Reiteramos que esta Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal de Corumbá, não poderia deixar de demonstrar seu apoio à prefeita e repudio a ameaça sofrida. Os ataques e agressões contra mulheres com atuação nos espaços de poder ou com mandato político, não podem ser naturalizados, pois, além de não serem manifestações de liberdade de expressão, não agregam em nada ao debate público, é considerada violência política de gênero”, afirmou Raquel.
Dias atrás, Raquel teve aprovada uma Moção de Apoio às vereadoras Marcia Lobo (MDB), Cida do Zé Bugre (PL) e Gabriela Delgado (PSB), de Nova Andradina, MS, em decorrência de ataques ofensivos sofridos pelas parlamentares nas redes sociais.
Mais uma vez a vereadora apresentou requerimento e condenou nova violência, reforçando que “a violência política de gênero acontece, na maioria dos casos, não em forma de agressão física, mas em ataques, ameaças, intimidação psicológica, humilhações e ofensas, como a situação recente no episódio em Sidrolândia”.
“Quando uma mulher chega ao poder, mesmo com todas as desigualdades entre os gêneros imposta pela sociedade patriarcal, ela ainda enfrenta muitas dificuldades para manter o cargo conquistado, simplesmente por ser mulher”, prosseguiu em sua justificativa.
Lembrou que as mulheres representam cerca de 13% dos cargos eletivos de todas as esferas políticas do Brasil (municipal, estadual e federal), e que essa baixa representatividade e participação das mulheres na política nacional é reflexo da desigualdade de gênero que predomina em todas as esferas da sociedade brasileira.
“A violência política de gênero deve ser combatida, pois representa uma grave violência contra todas as mulheres do Brasil e que tem a finalidade de impedir ou restringir o acesso, de nós mulheres, ao exercício de funções públicas, bem como induzir a uma tomada de decisões contrárias à nossa vontade”, concluiu.