O Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino, celebrado neste 29 de novembro, foi lembrado ontem, terça-feira, 28, pela Câmara Municipal de Vereadores, que prestou justa homenagem à comunidade radicada em solo pantaneiro.

A iniciativa partiu do vereador e vice-presidente da Câmara, Samyr Sadeq Ramunieh (Qualhada), por meio de um requerimento aprovado por unanimidade pela Casa de Leis, concedendo uma Moção de Congratulação e Aplausos ao povo palestino, em alusão à data.

Na oportunidade, Samyr entregou Moção de Congratulação a Wonder Suelman Safa, presidente da Sociedade Árabe-Palestino-Brasileira de Corumbá, em nome do povo palestino, diante de um plenário lotado por representantes dessa comunidade que cumpre um papel fundamental na região, como na economia, cultura, gastronomia, entre outros setores.

“É uma homenagem mais do que justa a esta comunidade que tem contribuído bastante para o desenvolvimento da nossa região”, destacou Samyr que presidiu os trabalhos na sessão de ontem. Ele lembrou o atual momento de sofrimento palestino diante da guerra entre Israel e o Hamas que já resultou em milhares de mortes na região de Gaza, e mais uma vez destacou que os vereadores são solidários à causa palestina pelo fim da guerra naquela região.

A DATA

O Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino é uma data comemorativa instituída pelas Nações Unidas, para lembrar o aniversário da Resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 29 de novembro de 1947, que aprovou o Plano de Partição da Palestina, que consistia na divisão da área do Mandato Britânico da Palestina em dois estados: um estado judeu e outro um estado árabe.

A data possui extrema relevância para o direito e a autodeterminação dos palestinos, na busca pelo fortalecimento da memória sobre a população e o compromisso de solidariedade assumido pela ONU. É um dia carregado de memórias e significados para toda a comunidade internacional que entende a luta palestina em relação à questão transfronteiriça.

NO BRASIL

No início do século 20, o sucesso econômico do Brasil e a instabilidade política do Império Otomano, principalmente, intensificou a imigração árabe no país, com crescimento substancial após o término da Segunda Guerra.

Os povos árabes emigraram, basicamente, por motivos religiosos e econômico-sociais ligados à estrutura agrária dos países de origem. A maioria veio para Brasil, desembarcando em vários estados e cidades onde na época o comércio local era pujante, dentre elas Corumbá, no então Mato Grosso.

Relatos históricos dão conta que, até 1920, mais de 58 mil imigrantes árabes haviam entrado no Brasil, e a opção de trabalho das primeiras levas de imigrantes foi o comércio.

A mascateação se tornou uma marca registrada da imigração árabe. Nessa atividade, os árabes introduziram inovações que, hoje, são vistas como traços marcantes do comércio local popular, como a redefinição das condições de lucro, a introdução das práticas da alta rotatividade e alta quantidade de mercadorias vendidas, bem como das promoções e das liquidações.

Além disso, nas últimas décadas, a contribuição cultural dos árabes tem sido mais lembrada pela culinária, embora haja outros campos como o da indústria, da literatura, do cinema, do direito, da medicina, da universidade, entre outros, em que sua presença é marcante.